Quem não gosta de viajar ? Na correria do mundo moderno cada segundo é precioso , e nesse momento precisamos tomar cuidado para que doenças típicas de viagens de longas distâncias não transformem um momento de felicidade ou de oportunidade profissional em um pesadelo .
A trombose dos viajantes, ou também conhecida como Síndrome da classe econômica é uma doença rara porém muito subestimada considerando-se que a trombose pode acontecer até horas após o vôo, quando a pessoa já está no seu destino, seja a passeio, trabalho ou retorno para casa.
Como funciona a circulação das pernas?
O coração bombeia o sangue de alta pressão que vai irrigar todos os tecidos, e depois esse sangue retorna para o pulmão pelo sistema venoso, para ser oxigenado novamente. Enquanto o coracão é o grande protagonista do sistema arterial, a musculatura da panturrilha é o principal responsável pelo retorno efetivo do sangue para o pulmão. Dessa forma é fácil imaginar que qualquer situação onde a panturrilha não funcione adequadamente vai piorar a circulação, diminuindo a velocidade do sangue dentro das veias.
Sabemos que existem situações onde o risco do sangue coagular ( virar uma gelatina ) dentro das veias aumenta, são elas :
- 1 . Lesão da veia
- 2. Diminuição da velocidade do sangue
- 3. Aumento da viscosidade sanguínea ( o sangue fica mais grosso )
Quando isso acontece , um coágulo se forma, entupindo a passagem do sangue, isso é a TROMBOSE.
A trombose geralmente vai se manifestar com um quadro de dor na perna, principalmente na panturrilha, associado a inchaço persistente, o que vai levar quase sempre a procura de ajuda médica.
Apesar da trombose se manifestar nas pernas na maioria dos casos, a grande preocupação não é com a condição da perna em si, mas sim com o desprendimento de um pequeno coágulo, que vai direto para o pulmão, o que os médicos chamam de Embolia Pulmonar o que pode causar dor no peito, tosse, cansaço e em casos mais graves a Morte Súbita.
Se você vai viajar e o orçamento não possibilita esticar as pernas na primeira classe, existe uma boa chance de você receber um KIT TROMBOSE de brinde durante a viagem, afinal sabemos que 1 em cada 200 pessoas vai desenvolver trombose durante um vôo.
Mas porque viajar de avião aumenta esse risco ?
- Permanecer muito tempo parado sem movimentar a panturrilha diminui a velocidade do sangue dentro dos vasos
- A pressurizaçào da cabine / ar condicionado em geral causam uma desidratação que aumenta a viscosidade sanguínea ( deixa o sangue mais grosso )
- Em geral bebemos pouco liquido para evitar visitas ao banheiro do avião, piorando a desidradtação
- Algumas pessoas gostam de tomar um tranquilizante para dormir durante o vôo o que aumenta mais o imobilismo
- O uso de bebidas alcoolicas pioram o quadro
Os dois primeiros ítens já são motivos suficientes para aumentar os riscos mas devemos lembrar que existem pessoas com agravantes individuais que as deixam mais vulneráveis , são elas :
- Obesidade
- Tabagismo
- Uso de hormônios ( pílula anticoncepcional )
- Portadores de qualquer tipo de câncer
- Portadores de Trombofilias ( doença do sangue que deixa maior predisposição a coagulação sanguínea )
- Qualquer condição que aumente a imobilizaçao ( gesso , deficientes físicos, FRATURAS )
- Gestantes
- Idosos
- Portadores de Varizes
Considerando-se que medidas muito simples podem evitar o quadro , esses deveriam ser hábitos rotineiros para todo viajante :
- Beba muito liquido
- Evite bebidas alcoólicas durante o vôo
- Evite medicações para dormir ( elas diminuem sua mobilidade )
- Movimente suas pernas enquanto estiver sentado e procure andar pelos corredores a cada 2 horas
- Se você apresenta alguma das condições agravantes citadas acima consulte um Cirurgião Vascular , ele vai orientar se existe a necessidade do uso de meias elásticas durante o vôo ou indicar uso de anticoagulants em casos mais graves .
- SENTE-SE PRÓXIMO AO CORREDOR E NÃO NA JANELA. Hoje sabemos que a incidência de trombose é maior nas pessoas sentadas próximas a janela, já que elas se levantam menos durante o vôo.
Existem meias elásticas de compressão 15-23 mmHG que não necessitam de receita médica e não apresentam contraindicação no uso, que são ótimas ferramentas para quem quer uma ajuda a mais para previnir o quadro. São uma ótima opção para pacientes jovens , sem doenças associadas que viajam com muita frequência.
Mas pessoas com outros fatores agravantes, tendência a inchaço e outros fatores de risco, devem consultar um cirurgião vascular para prescrição de meias de compressão mais alta e eventualmente uso de medicação anticoagulante para prevenção de trombose.
Sempre lembrando que deve-se seguir as especificações de tamanho da meia e cuidar para que ela seja colocada de forma correta. O uso errado pode ser mais prejudicial que benéfico.