A incidência do tromboembolismo no País é de 0,6 caso para cada mil habitantes, segundo dados da Unesp (Universidade Estadual Paulista). 43% da população já ouviu falar em trombose, mas não sabe como prevenir a doença. O primeiro passo é conhecer os fatores de risco.
Em 2011 o FDA ( agência que regula drogas americanas ) discutiu o risco das novas pílulas anticoncepcionais e incluiu um aumento de risco nas suas bulas. A incidência de 12,5 casos a cada 100 mil mulheres que utilizavam hormônios anticoncepcionais passou para 30,8 casos após a introdução das pílulas mais modernas.
Um estudo publicado na revista especializada The BMJ Today e que foi conduzida por pesquisadores britânicos, mostra que as mulheres que tomam contraceptivos orais combinados, que contêm drospirenona, desogestrel, gestodeno e ciproterona, têm um risco de trombose venosa quadruplicado em relação àquelas que não tomam pílula.
O risco é quase duplicado em relação às mulheres que tomam contraceptivos orais de estrogênio mais antigos, que contêm levonorgestrel, noretisterona ou norgestimata.
Diferentemente como se pensava meios alternativos de administração desses hormônio , como adesivos , implantes e anéis não diminuem o risco. Geralmente esses métodos vão ter um risco maior em relação aos anticoncepcionais mais antigos ( a base de levonorgestrel ) , mas mais baixo em relação aos anticoncepcionais modernos ( anticoncepcionais combinados de microdosagem ).
Os anticoncepcionais a base de progesterona não parecem ter aumento de incidência de casos de trombose , assim como o DIU ( dispositivo intra uterino ) que também funciona com um hormônio a base de progestágenos.
Quer dizer que devo parar de usar anticoncepcional ?
Não!!! A incidência geral de trombose venosa em pacientes em uso de anticoncepcional é baixa. Seu benefício supera os riscos quando bem indicado.
Quando é iniciado o uso de anticoncepcional, o ginecologista fará uma uma avaliação completa analisando qual o melhor hormônio a ser utilizado e vai levar em consideração as características individuais de cada paciente. Daí a importância de uma consulta médica, a escolha do anticoncepcional não pode ser banalizada .
NÃO ADIANTA SAIR TOMANDO POR CONTA PRÓPRIA O ANTICONCEPCIONAL QUE A SUA MELHOR AMIGA ADORA !
Existem casos onde a somatória de fatores contra indica o uso de anticoncepcionais, por exemplo : mulher de mais de 35 anos , fumante e com histórico de trombose na família . Apenas o médico vai saber avaliar qual é o seu risco individual e decidir qual é o seu método de escolha.
A grande maioria dos casos onde temos uma complicação, algum fator associado está presente :
- – Idade acima de 35 anos
- – Excesso de peso ou obesidade
- – Varizes nas pernas
- – Tabagismo
- – Câncer
- -Imobilismo
- -Trombofilias ( causa hereditária )
- -Traumas, especialmente nos membros inferiores e que requeiram redução de mobilidade temporária
- – Doenças crônicas, como insuficiência cardíaca ou doença pulmonar crônica
- – Uso de medicamentos como quimioterápicos
Conclusão : nada de desespero , consulte seu médico de confiança e discuta o seu anticoncepcional . Toda medicação está sujeita a complicações e a decisão se o risco benefício dessa droga vale a pena é feito entre você e o seu médico .
USE SEU ANTICONCEPCIONAL DE FORMA CONSCIENTE
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